O desembarque do EX5
Eduardo Rocha
O desembarque do EX5

Entrada com estilo

Geely chega ao Brasil com o confortável e dinâmico SUV médio elétrico EX5

por Eduardo Rocha

Auto Press

A Geely encontrou o nicho menos povoado entre os SUVs médios para desembarcar no mercado brasileiro com o EX5. A rigor, o novo modelo chinês pertence à faixa superior dos 100% elétricos do segmento C, ocupada atualmente apenas pelo conterrâneo GAC Aion V. Só que o crossover da Geely chega em duas versões, com duas vocações bem nítidas. A de entrada Pro, que custa R$ 205.800, vai brigar, inclusive em preço, com SUVs médios de entrada, ou C-, como BYD Yuan Plus e Omoda 5. Enquanto a configuração Max, que custa R$ 225.800 tem o mesmo posicionamento do Aion V.

A diferença aqui é que o crossover da Geely é melhor equipado que todos seus rivais. Mesmo na versão mais simples, a Pro, o EX5 traz recursos como revestimento em couro, ar-condicionado automático com acionamento remoto, ajuste elétrico do banco do motorista, bancos dianteiros com ventilação, sensor de chuva, chave presencial, maçanetas retráteis, iluminação full led, câmera 360º e rodas de liga leve aro 18. O painel digital tem 10,2 polegadas. Isso além de itens básicos no segmento, como espelhos, direção, vidros e travas elétricas, seis airbags, sensor traseiro e controle de cruzeiro e assistente de descida.

A central multimídia tem tela de 15,4 polegadas é comum às duas versões, assim como o carregador por indução, com GPS interno e espelhamento de iPhones (o sistema não conversa com Android). A diferença entre as versões fica na qualidade do sistema de som, que tem seis alto-falantes na versão básica e é premium na Max, com 16 alto-falantes.

Mas para fazer valer os R$ 20 mil que adiciona ao preço, a Max traz ainda rodas de 19 polegadas, teto solar panorâmico com cortina elétrica, luz ambiente configurável com 256 cores, tampa traseira movimentada eletricamente, banco do passageiro com ajustes elétricos, incluindo apoio para as pernas, seis modos de massagem nos bancos dianteiros e head-up display com 13,8 polegadas.

A configuração Max se destaca ainda por um pacote de segurança que inclui sensor dianteiro e recursos ADAS como controle de cruzeiro adaptativo, alerta de colisão com frenagem autônoma, monitoramento de faixa, sensor de ponto cego, alerta de tráfego cruzado traseiro com frenagem automática e leitor de placas de velocidade.

Já a parte motriz é idêntica nas duas versões. O motor elétrico dianteiro rende 218 cv de potência e 32,6 kgfm de torque. Ele é alimentado por uma bateria de 60,22 kWh, que pode ser carregada em corrente alternada de até 11 kWh e leva pouco mais de 6 horas para ir de 10% para 100% da carga. Em carga rápida, de até 100 kWh, vai de 30 até 80% da carga em 20 minutos. A autonomia da Pro chega a 413 km enquanto na Max fica em 349. A diferença no consumo se explica pela menor quantidade de equipamentos e no menor peso da Pro. Até mesmo a aceleração de zero a 100 km/h é menor: 6,9 segundos contra 7,1 s da Max.

A Geely está chegando ao Brasil apoiada pela Renault, que não só é representante da marca como também vai usar sua estrutura para impulsionar a marca chinesa. Nos planos estão a abertura de 23 concessionárias até novembro deste ano e até a produção de um veículo, nas linhas da Renault, em São José dos Pinhais. Provavelmente, o hatch compacto Geome, para brigar na faixa de R$ 150 mil (Fotos de Eduardo Rocha, Auto Press e Rodolfo Buhrer, La Imagem [interior e movimento]).

Primeiras impressões

Conforto a bordo

A dinâmica do Geely EX5 corresponde plenamente ao que se espera de um crossover médio elétrico que pretende se firmar em mercado acima de R$ 200 mil. Os 218 cv geram uma relação peso/potência em torno de 8 cv/kg, ponto em que um modelo pode ostentar alguma pretensão esportiva. A aceleração de zero a 100 km/h próxima a 7 segundos reflete esta capacidade.

Isso também foi contatado nas poucas oportunidades que surgiram para pisar um pouco mais fundo. Obviamente, em uma avaliação realizada nas ruas de São Paulo não se pode buscar os limites do modelo, mas ele mostra as características típicas de carros elétricos com boa potência, com acelerações vigorosas em qualquer situação que foram solicitadas. A estabilidade é potencializada pelos mais de 350 kg do pacote que contém a bateria instalada entre os eixos.

Um ponto que chama logo a atenção é o formato do volante, que tem a base reta e tem um formato geral ovalado. Além da estética atraente, não prejudica em nada o controle e até ajuda a perceber em que ponto do esterçamento as rodas estão. O volante tem dois blocos de cinco botões, com quatro direções e um ok central, mas as funções não estão definidas neles.

Aliás, toda a interface do modelo é pouco amigável. Apenas o ar-condicionado tem alguns comandos diretos. Tudo o mais é através da tela da central multimídia, de imponentes 15,4 polegadas. Logo abaixo, fica um ótimo console central, com desenho voltado para o motorista. Ele traz os tais comandos ao ar, carregador por indução, porta-objetos com tampa, que se soma ao existente sob o apoio de braços entre os bancos e facilita o convívio com o crossover.

Os materiais de acabamento convencem pelo bom aspecto e pela qualidade percebida. As superfícies macias dominam o habitáculo e para o Brasil, onde os consumidores são considerados conservadores. As cores são sempre escuras – preto e cinza. Até mesmo as inserções em alumínio são escurecidas, mas ajudam a criar a uma sensação mais tecnológica.

O espaço interno é bastante generoso, não só pela altura do teto – na versão testada, a Max, há um enorme teto solar panorâmico –, mas também pela boa largura da cabine, como fica evidente pela largura do console central. Atrás, há também muito espaço e ainda há o recurso de reclinação do encosto. O silêncio interno é absoluto e o acerto da suspensão é voltado para o conforto, mas não é molenga, em nome do bom controle da carroceria.

Ficha técnica

Geely EX5

Motor: Elétrico síncrono de ímã permanente. Alimentado por um conjunto de baterias de lítio ferro fosfato com 60,22 kWh. Controle eletrônico de aceleração.

Transmissão: Por engrenagem de relação única com inversor de fase para a ré. Tração dianteira com controle eletrônico de tração e modos de condução Eco, Padrão e Sport.

Autonomia InMetro: 413 km (Pro) e 349 km (Max)

Potência: 160 kW, ou 218 cv.

Torque máximo: 32,6 kgfm.

Suspensão: Dianteira do tipo McPherson, com amortecedores hidráulicos e molas helicoidais. Traseira independente multilink com amortecedores hidráulicos e molas helicoidais. Oferece controle eletrônico de estabilidade de série.

Pneus: 225/55 R18 (Pro) e 235/50 R19 (Max).

Freios: Discos ventilados na frente e sólidos atrás. Oferece ABS com EBD e frenagem automática de emergência. Freio regenerativo de energia configurável em quatro níveis.

Aceleração 0-100 km/h: 6,9 segundos (Pro) e 7,1 segundos (Max).

Velocidade máxima: 180 km/h

Carroceria: Crossover em monobloco, com quatro portas e cinco lugares. Comprimento de 4,62 metros com 1,90 m de largura, 1,67 m de altura e 2,75 m de entre-eixos. Altura mínima do solo de 17,3 cm. Possui airbags frontais, laterais e de cabeça de série.

Peso em ordem de marcha: 1.715 kg (Pro) e 1.765 kg (Max)

Capacidade do porta-malas: 461 litros sob o bagagito e 1.877 litros até o teto com a fileira traseira de bancos rebatida.

Produção: Guizhou, China.

Lançamento no Brasil: 2025.

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